sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A SOBERBA DA NAVALHA

A SOBERBA DA NAVALHA

Ap Paulo Ventura

Um barbeiro tinha uma linda navalha limpa e brilhante, que funcionava muito bem. Um dia entrou um raio de sol pela janela e a navalha notou sua própria beleza, enchendo-se de orgulho e vaidade; então pensou:
-Sendo tão luminosa, brilhante e linda, porque devo continuar aquí restaurando feios e rudes camponeses? Mereço uma vida mais importante que esta.
Decidiu então não mais trabalhar. Escondeu-se do barbeiro até que ele se esquecesse dela. Depois iria continuar uma vida nova, numa barbearia mais nobre, cuidando de pessoas vips.
O barbeiro crendo que havia perdido sua navalha, comprou outra e continuou seu trabalho.
Meses depois a vaidosa navalha saiu de seu esconderijo e buscando o sol, para ver de novo seu brilho imponente, teve um trágica surpresa: O brilho desaparecera, a oxidação pela falta de uso, enegreceu seu aço e destruiu seu fio de corte, inutilizando-a para seu trabalho principal.
O barbeiro ao ver sua antiga navalha, tentou limpá-la e torná-la útil para o serviço novamente. Infelizmente a ferrugem há havia penetrado em suas entranhas e foi impossível reutilizá-la. Sem alternativa o barbeiro a jogou no lixo.
Chorando a vaidosa navalha, arrependida, ainda pensou: Porque não segui trabalhando humildemente?
Duas lições desta fábula nos levam a refletir em nossa vida.
Primeira: Nosso brilho não é produzido por aquilo que nós pensamos de nós mesmos. Nosso brilho é fruto de nossa ação em favor do Reino de Deus. Quando estamos abençoando nossos irmãos, tratando deles, restaurando sua feiura e amenizando sua rudeza. Nosso brilho é produzido pela humilde atitude de servir.
Segunda lição: O que oxidou a navalha não foi o trabalho. Foi justamente a falta dele. Foi a soberba que apagou seu brilho. O Senhor é a fonte de luz, sobre aqueles que lhe obedecem e servem. Não temos luz própria. Refletimos a presença do Senhor.
Quando julgamos que somos mais importantes do que àqueles a quem servimos, é sinal que a soberba está crescendo e dominando nossa vida espiritual. É um indicativo que a ferrugem está se alastrando em nosso interior.
Salomão, o sábio Rei de Israel, naquela época já tinha opinião formada sobre a soberba e a vaidade:
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” (Pv 16:18)
Para mim a soberba é o interruptor que desliga a luz divina sobre nossa vida.

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