quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

CONTRA EVANGÉLICOS, PADRES BRASILEIROS USAM 'SEUS MÉTODOS', DIZ 'FIGARO'

As missas do padre Marcelo Rossi, celebradas em São Paulo, são citadas em reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário francês Le Figaro como exemplo do contra-ataque da Igreja Católica contra as igrejas evangélicas, que vêm ganhando fiéis há mais de duas décadas no Brasil.
Na avaliação do jornal, para conter o crescimento dos evangélicos e a perda de fiéis da Igreja Católica, os padres brasileiros “vêm adotando seus métodos”.
“As 18 mil cadeiras de plástico alinhadas na antiga fábrica em Santo Amaro, no Sul de São Paulo, não foram suficientes. Como todas as quintas-feiras à noite, milhares ficam de pé, apertados, para assistir à missa do padre Marcelo”, relata o texto.
O jornal observa que o padre Marcelo “exprime a quintessência da Renovação Carismática, um movimento que emergiu após o Concílio Vaticano 2º (1962-1965), com o objetivo de alterar os métodos da Igreja para se aproximar do povo”.
Perdendo o trem
A reportagem afirma que “a Igreja Católica vem tomando tardiamente o trem da comunicação”. “Controla nove cadeias de TV e 215 rádios no país, mas sem grande audiência. Os evangélicos, pelo contrário, que ocupam as freqüências de rádio e TV há 15 anos, já construíram um império, com a TV Record, a segunda maior rede do país, centenas de rádios e o periódico mais lido do país, a Folha Universal”, observa.
Para avançar nesse campo, diz o Figaro, o padre Marcelo defende que “a Igreja Católica não pode virar as costas para a modernidade, porque estamos na era da música, da TV e da Internet”.
Para isso, a arma é o próprio padre, que no ano passado vendeu mais de um milhão de CDs com suas músicas, à frente das maiores estrelas da música do país. “Na sexta-feira, virá cantar ao papa, apesar das reservas do Vaticano, que não gosta muito do desempenho daquele que é chamado de ‘padre pop’”, diz o texto.
O jornal comenta que metade dos brasileiros não sabe o nome do papa, segundo as pesquisas, e que as autoridades eclesiásticas temem não conseguir encher a pista do Campo de Marte, onde será celebrada a missa popular, e encerra com uma ironia ouvida de um professor de teologia da PUC-SP: “Pelo menos com o padre Marcelo, já asseguram um público de pelo menos 100 mil pessoas”.

Fonte: BBC-Brasil.com

BRASIL É 'BASTIÃO AMEAÇADO DO CATOLICISMO', DIZ 'LIBÉRATION'

O jornal francês Libération afirma nesta terça-feira que o Brasil é "um bastião católico ameçado pelos evangélicos" e que o "próximo papa deverá frear o declínio da Igreja Católica na América Latina".
Segundo o texto, o catolicismo perdeu 10% de seus fiéis nos últimos dez nos no subcontinente, especialmente "em benefício das igrejas evangélicas neopentecostais".
O jornal destaca o fato de que no Brasil o total de evangélicos quintuplicou nos últimos 30 anos, chegando a 15,4% da população.
"Profundamente implantados nos meios pobres, eles ganharam popularidade ao dizer que podem aliviar os sofrimento do dia-a-dia", diz o Libération


Fonte: BBCBrasil.com

EVANGÉLICOS GANHAM RESPEITO DE CRIMINOSOS NO RIO, DIZ JORNAL AMERICANO



Os cristãos evangélicos vêm ganhando o respeito dos membros do crime organizado nas favelas do Rio de Janeiro e estão entre os poucos que conseguem enfrentá-los, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário americano The Christian Science Monitor.
O jornal relata o trabalho de um grupo de evangélicos da favela da Mangueira que tenta convencer traficantes de drogas a deixarem as armas e se converterem.
“O propósito do grupo não é combater o crime, mas converter o máximo de gente possível. Mais lei e ordem são comumente um subproduto”, diz a reportagem.
“Nas favelas do Rio, abarrotadas de homens e mulheres às margens da sociedade, eles encontram um campo fértil. Para gente de fora, eles são chamados de ‘os evangélicos’, e em sua maior parte as pessoas das favelas não contestam seu trabalho missionário”, afirma o jornal.
Segundo a reportagem, por razões “teológicas, culturais e pessoais”, os evangélicos ganharam o respeito “dos mesmos criminosos que não pensam muito antes de matar um vizinho de longa data”.
“Então, em uma cidade considerada uma das mais perigosas do mundo, que registra 6.000 assassinatos ao ano e onde a polícia e os militares são vistos, na melhor das hipóteses, com desconfiança, os pentecostais estão entre os poucos que enfrentam o crime organizado”, diz o jornal.
Censo
O Christian Science Monitor comenta que o Brasil tem mais evangélicos pentecostais do que qualquer outro país da América Latina, com mais de 10% da população se identificando como pentecostais no censo populacional de 2000, quase o dobro do que uma década antes.
Segundo o jornal, uma das razões pelas quais os evangélicos conseguem se aproximar dos traficantes de drogas é que “muitos deles já foram eles mesmos criminosos violentos”.
“Alguns cometeram assassinatos. Seus pastores cumpriram pena de prisão. E, renascidos, eles agora acreditam que sua missão é levar a palavra de Deus às mesmas ruas que antes aterrorizavam”, diz a reportagem.
O jornal diz que, segundo os pesquisadores, “os membros das gangues poupam os evangélicos porque, embora não sigam necessariamente nenhuma doutrina religiosa, eles ainda acreditam em Deus, em sua maioria”.
Uma antropóloga da Universidade do Rio de Janeiro ouvida pelo jornal comenta que o catolicismo tradicionalmente reflete a elite política nas favelas e é visto como tendo feito pouco para combater o crime, enquanto os evangélicos são vistos pela comunidade como uma entidade separada e incorruptível.
“Acadêmicos que estudam o fenômeno dizem que os pentecostais conseguem entrar em áreas onde até mesmo os pesquisadores do censo não vão, não apenas porque vêm dos mesmos bairros violentos, mas porque a maioria das igrejas são entidades independentes e formadas na base, ao contrário da Igreja Católica, que é gerenciada sob estrita hierarquia que começa no Vaticano”, afirma o jornal.

Fonte: BBC-Brasil.com